Preciso desenformar

 Saudade de quando escrevia sobre meninos. Hoje escrevo sobre azeites, pilates e agora, que fiz um bolo. Amanhã minha tia favorita chega a Porto Alegre e queria recebe-la com carinho, então escolhi maçã com canela. Em cada batida na massa, três no coração. Essas são as minhas medidas, quando o assunto é amor: desmedidas. A partilha em mim começa no amor, porque na falta de uma mãe, ou de um pai a gente tem que amar tudo que há no caminho. 

Hoje encontrei a Duda no ônibus, Duda é filha da Preta; e tem cabelo rosa. Quando ela entrou no ônibus, o cinza de Porto Alegre que dominava toda a minha visão e girava 20 vezes ao redor do meu globo ocular, levou um pau. Graças a D uda. A minha memória é fraca, quando se trata de história global, pois tanto acontece na minha simples vida, imagine ao redor do globo. Mas ver a Duda me faz acreditar que o muro de Berlim, que era cinza, deve ter caído após diversas marretadas rosas. Pelo menos o meu caiu. Ela me falou sobre seus planos pra "zarpar" daqui. Atento, eu ouvi a tudo. A vida tem me dado muitas aulas, penso em começar a andar com um caderninho; qualquer estranho tem um mundo a falar e eu tento encontrar vida habitável em cada um deles. 

Gente, meu bolo ficou pronto. Preciso desenformar.



                                                           




                                            fotos do bolo, porque eu não sou nenhuma safada.

minha tia acabou amando!




canela

ele ficou da cor do meu cabelo,
e da minha cor.
porque não deixa de ser eu
não deixa de ser amor.

e a minha paleta
se reduz a canela
e caramelo
a um beijinho doce
quase agridoce
que adocika o elo.











Comentários

  1. andar com cadernos foi por muito tempo pra mim uma forma de distracao do mundo real e de conexao com o meu mundo, recomendo e sempre recomendarei, preciso voltar com essa habito

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