Noêmia
Da pele morena e dos cabelos longos, mestiça
Filha do interior princesa do jacuí
Até os 11 nem documentos tinha, foi renegada pelo pai
Mãe Aos 22 tinha sido casada, já separada
Empregada e cuidava de filho de patrãozinho
Azulão de manchas nas roupas e terra nos dedos
Pés e braços viscerais, definidos pelo trabalho
Ao estudar voltou,
Voltou sua força para a educação
Ignorante fez se a vida com ela, mas não menos sábia
De burro fez se os homens
E ela lá continuou
Sentada no mato com um chimarrão vendo a vida de repente se tornar efêmera
Depois de tão longa e cortante
O nome dela era Noêmia.
Alice Diaz
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